Operação contra quadrilha de agiotas prende 16 suspeitos, apreende relógio de luxo e R$ 150 mil em SP e MG
03/06/2025
(Foto: Reprodução) Grupo movimentou ao menos R$ 67 milhões com empréstimos de dinheiro a juros exorbitantes e cobranças por meio de violência. Presos anteriormente já foram condenados. Polícia Militar e MP prendem novos integrantes de quadrilha de agiotas no interior de SP
A segunda fase da Operação "Castelo de Areia", deflagrada nesta terça-feira (3) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e Polícia Militar contra uma quadrilha de agiotas que atuava na região de Franca (SP), prendeu 16 suspeitos, apreendeu artigos de luxo, dinheiro em espécie e cheques.
As investigações apontam que o grupo emprestava dinheiro a juros exorbitantes e depois cobrava as vítimas por meio de graves ameaças e violência.
Ao todo, os integrantes movimentaram ao menos R$ 67 milhões, e os presos na primeira fase da operação já foram condenados (veja abaixo).
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Dentre os presos desta terça-feira, 14 foram encontrados na cidade de Franca, um em Ribeirão Preto (SP) e outro, em Pedro Leopoldo (MG). Há, ainda, uma pessoa considerada foragida. Veja quem são:
Antônio Henrique Pimenta Mathias;
Leonardo Carrijo Machado;
Matheus Carrijo Machado;
Bruno de Mato;
Everaldo Bastos Guimarães;
Eraldo Bastos Guimarães;
Rayander (sobrenome não divulgado);
Patrick (sobrenome não divulgado);
Alexandre (sobrenome não divulgado);
Thiago Cravo;
Rogerio Gel;
Célio (sobrenome não divulgado);
Alex Alves;
Willian (sobrenome não divulgado);
Carlos Roberto (sobrenome não divulgado);
Wescley (sobrenome não divulgado).
O g1 e a EPTV, afiliada da TV Globo, tentam contato com a defesa dos suspeitos.
As equipes também cumpriram 22 mandados de busca, que resultaram na apreensão de:
15 aparelhos celulares;
Computadores;
Documentos contendo anotações sobre a agiotagem;
3 armas de fogo;
R$ 50 mil em espécie;
R$ 100 mil em cheques;
Artigos de luxo, como um relógio Rolex.
Além disso, veículos dos investigados foram bloqueados administrativamente.
Operação contra quadrilha de agiotas apreendeu relógio de luxo e R$ 150 mil
Gaeco
R$ 67 milhões
Os presos nesta terça-feira movimentaram cerca de R$ 31 milhões nos últimos quatro anos. Já na primeira fase da operação, que ocorreu entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, sete pessoas acabaram presas suspeitas de movimentar outros R$ 36 milhões.
Em dezembro do ano passado, todas elas, incluindo um ex-policial civil, foram condenadas a 20 anos de prisão.
Segundo o Gaeco, mesmo com as prisões anteriores, outros integrantes mantiveram a quadrilha ativa e diziam em conversas entre eles que "nada os intimidariam e, até mesmo, jamais seriam punidos". Isso motivou a deflagração da segunda fase da operação, nesta terça-feira.
Operação cumpre 17 mandados de prisão contra suspeitos de agiotagem em Franca e Ribeirão Preto
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Condenados
Os condenados em dezembro de 2024 são:
Evanderson Lopes Guimarães - 20 anos, 2 meses e 6 dias de reclusão; 7 meses e 6 dias de detenção;
Douglas de Oliveira Guimarães, Ezequias Bastos Guimarães, Ronny Hernandes Alves dos Santos, Bruno Bastos Guimarães, Leomábio Paixão da Silva e Rogério Camillo Requel - 20 anos, 2 meses e 6 dias de reclusão; 8 meses e 5 dias de detenção.
Entre os crimes pelos quais os réus foram condenados estão lavagem de dinheiro, organização criminosa, usura, corrupção ativa e passiva.
Na decisão, o juiz Orlando Brossi Júnior destacou o esquema de lavagem de dinheiro da quadrilha.
"Assim, inequívoco que todos agiam na prática da usura, cobrança por meio de ameaças e lavagem de capitais, com a finalidade de dissimular a origem ilícita do dinheiro, dando aparência lícita aos vultosos valores obtidos por meio destas atividades", cita trecho.
Segundo o Gaeco, as investigações apontaram que a quadrilha emprestava dinheiro a juros exorbitantes e posteriormente cobrava as vítimas por meio de graves ameaças e violência.
Os lucros obtidos, de acordo com a Promotoria, eram reaplicados no esquema ou então destinados para a abertura de empresas de fachada, na compra de veículos e imóveis, como forma de lavagem de dinheiro.
Operação Castelo de Areia em Franca (SP): no alto da esquerda para a direita, Ezequias Guimarães, Bruno Guimarães e Douglas Guimarães; embaixo, Leomabio Paixão, Evanderson Guimarães, Ronny Santos e Rogério Camillo
Reprodução
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