Irmão de corretor morto a facadas em Ribeirão Preto pede que Justiça 'faça o papel' para prisão de suspeita: 'Provas estão aí'
03/04/2024
(Foto: Reprodução) Brenda Caroline Pereira Xavier confessou assassinato, mas está em liberdade. Crime completa um mês nesta quarta-feira (3). Ministério Público vai pedir prisão preventiva de fotógrafa que matou namorado em Ribeirão
Um mês após a morte do irmão Carlos Felipe Camargo da Silva, esfaqueado pela então namorada Brenda Caroline Pereira Xavier no dia 3 de março, em Ribeirão Preto (SP), Bruno Camargo Felício ainda tenta lidar com a perda e diz esperar que a Justiça 'faça o papel dela'.
"Todas as provas estão aí, já foi desmascarado tudo que ela falou, eu espero o mais rápido possível que ela seja presa. Pelo menos pra gente tentar continuar a nossa vida, que já está sendo muito difícil sem ele. Sinto muito a falta dele, é difícil de controlar".
Carlos Felipe Camargo da Silva, de 29 anos, foi morto com golpes de faca em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Redes Sociais
Na terça-feira (2), o Ministério Público de Ribeirão Preto (SP) informou que deve denunciar Brenda por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) e por fraude processual, por entender que ela teria alterado a cena do crime antes de a polícia chegar.
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A promotoria também descartou o fato de que Brenda tenha agido em legítima defesa. A hipótese já tinha sido afastada pela Polícia Civil.
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Também na terça, o inquérito policial foi concluído, e o delegado responsável pelo caso, Rodolfo Latif Sebba, pediu a prisão preventiva da mulher.
O Ministério Público também deve fazer a mesma solicitação à Justiça sob justificativa de que o pedido é necessário para que não haja nova interferência na colheita de provas e também seja mantida a integridade de testemunhas que eventualmente serão ouvidas no decorrer do processo.
Brenda está em liberdade desde o dia 6 de março, quando prestou depoimento à polícia.
Vítima pediu socorro
O laudo da perícia apontou que Carlos levou, pelo menos, nove facadas. Ele foi socorrido por uma vizinha, segundo o irmão, e encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte.
"No inquérito, a vizinha chega e o policial diz 'você que levou o corpo'. Ela diz 'não era o corpo, ele estava vivo e estava pedindo ajuda'. Se ela já demorou pra chegar, porque demoraram pra socorrer? Ele pediu ajuda pra ela [Brenda], quantas vezes não pediu ajuda para os que estavam ali? Tudo isso me martiriza. É difícil pensar nisso todo dia, então tudo que eu quero é que ela seja presa e os outros, o que cabe para eles".
A suspeita é de que, após matar Carlos, Brenda tenha tido ajuda da família para limpar o imóvel.
Bruno Camargo Felício pede justiça pela morte do irmão, Carlos Felipe Camargo da Silva, em Ribeirão Preto (SP)
Valdinei Malaguti/EPTV
À EPTV, afiliada da TV Globo, Bruno disse que espera que as investigações apontem todos os envolvidos.
"Tem mais coisa que tem aí, que a gente tem que saber a verdade. Tem algo que só eles, que estavam lá dentro, que sabem. Meu irmão era um menino amoroso, não merecia morrer nessa crueldade toda, nessa violência toda, sem ninguém para socorrer ele".
O caso
Carlos morreu no dia 3 de março. De acordo com a polícia, na noite do crime, a vítima foi até a casa da mãe e do irmão, Bruno Camargo Felício, com os pertences e pediu para voltar a morar com a família.
À polícia, Bruno contou que, em seguida, Brenda apareceu no local e os dois conversaram do lado de fora do imóvel por cerca de dez minutos.
Depois da conversa, Carlos informou à família que ia reatar o namoro e voltar com Brenda para a casa onde viviam, no Ribeirão Verde, zona Leste de Ribeirão Preto.
O irmão também disse à polícia que horas após o casal ir embora, recebeu uma ligação da mãe de Brenda dizendo que Carlos teria sofrido um acidente e morrido, mas sem explicar ou dar detalhes do que tinha acontecido.
Ao chegar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, para onde a vítima foi levada, ele foi informado que Carlos havia sido esfaqueado ao menos nove vezes.
Brenda Caroline Pereira Xavier é a principal suspeita de matar Carlos Felipe Camargo da Silva, ambos de 29 anos, em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Redes Sociais
De acordo com o boletim de ocorrência, na casa onde a vítima vivia com Brenda, a polícia constatou a presença de sangue em diferentes cômodos, inclusive em um dos quartos em que a mobília estava quebrada.
O imóvel ainda estava molhado, aparentando ter sido lavado, o que, segundo as investigações, indicaria a tentativa de mascarar a cena do crime. A faca utilizada para matar o corretor não foi encontrada.
Três dias após a morte de Carlos, Brenda compareceu à delegacia para prestar depoimento. Ela alegou ter agido em legítima defesa, foi ouvida e liberada em seguida.
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