Estudo inédito identifica diferentes perfis imunológicos de tumores raros em crianças e abre portas para tratamentos

  • 01/12/2025
(Foto: Reprodução)
Pesquisa aponta novos caminhos para tratamento de câncer infantil Um estudo inédito conduzido por pesquisadores do Hospital de Amor em Barretos (SP) identificou que tumores de células germinativas que atingem crianças possuem diferentes perfis imunológicos. A descoberta pode levar a ciência a desenvolver tratamentos mais eficazes e específicos para pacientes pediátricos com tipos raros de câncer. O trabalho foi premiado no Congresso da Sociedade Latinoamericana de Oncologia Pediátrica (SLAOP), realizado em junho na Colômbia, e pode abrir portas já que testes feitos em crianças são limitados por lei no Brasil e no resto do mundo. Os tumores de células germinativas correspondem a 3% dos tumores pediátricos. Segundo os pesquisadores, eles são heterogêneos, podem aparecer em diferentes regiões do corpo, como ovário, testículo, sistema nervoso central e mediastino, que é a cavidade torácica. Eles também apresentam diferentes tipos histológicos, que são as variações das células. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Coordenadora do estudo, Mariana Tomazini afirma que foram analisadas amostras de 17 pacientes diagnosticados entre 2000 e 2021. “O que nós fizemos foi avaliar aproximadamente 800 genes relacionados com o perfil imunológico dos pacientes, e nós observamos que os pacientes com diferentes tipos histológicos apresentavam perfis de expressão desses genes imunológicos distintos.” Mariana Tomazini é pesquisadora do Hospital de Amor em Barretos, SP Ronaldo Gomes/EPTV Os subtipos de tumor identificados possuem assinaturas biológicas diferentes: Disgerminomas: encontrados nos ovários. Apresentaram defesas ativas do organismo, indicando que poderiam responder bem a imunoterapia já usada em outros cânceres Tumores do seio endodérmico (YST): mostraram sinais de resistência à quimioterapia e têm comportamento mais agressivo Carcinomas embrionários: apresentaram altos níveis de uma molécula chamada CD24, associada ao crescimento do câncer No caso da molécula CD24, a pesquisadora destaca que ela está relacionada à resistência a determinados tipos de drogas. “Talvez se conseguíssemos inibir o CD24 nesses pacientes que possuem maior expressão, ter uma terapia alvo para o CD24, nós conseguiríamos talvez reverter essa resistência a determinado tipo de droga ou quimioterapia, sendo esse paciente mais sensível e recebendo um tratamento mais personalizado”, afirma. LEIA TAMBÉM: Pesquisadores da USP Ribeirão criam ferramenta com IA capaz de prever agressividade do câncer Braço robótico da USP vira aliado em terapias contra Parkinson, esquizofrenia e até depressão; conheça Pesquisa da USP desenvolve inteligência artificial para diagnóstico do câncer de mama Pesquisas para tratar crianças são restritas no mundo inteiro, inclusive no Brasil Ronaldo Gomes/EPTV A descoberta é um passo importante rumo às novas terapias para combater o câncer em crianças. “Acreditamos que a evolução nesse caso está relacionada com as chances da imunoterapia e terapia-alvo, que são tratamentos que ainda não existem para crianças e adolescentes que possuem tumor de célula germinativa”, diz Mariana. Esperança e avanços O próximo passo dos estudos envolve testes em modelos vivos, como em camundongos, e os ensaios clínicos. Pais de Sofia Leonel, que morreu em 2024 após nove meses de luta contra um tumor raro no cérebro, o advogado José Leonel Neto e a analista financeiro Camila Leonel comemoram a pesquisa. “75% dos tratamentos de tumores infantis são off label, porque você não chega a testar em crianças os medicamentos e não dá para a gente apenas modificar a dosagem conforme o peso da criança. Muitas vezes fica ineficaz ou até mesmo tóxico para a criança determinados tratamentos por você não atribuir pesquisas infantis”, afirma Neto. José Leonel Neto e Camila Leonel fundaram o Instituto Sofia Leonel depois que a filha de 10 anos morreu com câncer barretos Valdinei Malaguti/EPTV Após a morte da filha aos 10 anos, eles fundaram o Instituto Sofia Leonel, com a intenção de ajudar outras crianças e os pais delas, mas também de discutir a mudança da legislação para avançar nos tratamentos infantis no Brasil. Na época em que a menina foi diagnosticada, Neto e a esposa chegaram a planejar a ida da família aos EUA para tentar a cura com Car-t cell, tecnologia em estudo no Brasil para cânceres no sangue. O custo estimado da terapia era de R$ 10 milhões. “Talvez a mudança da lei no nosso país vá possibilitar inclusive investimentos em laboratórios, porque sendo um ponto de pesquisa direta para crianças com doenças raras ou ainda sem tratamento efetivo, nós traríamos investimentos de laboratórios estrangeiros e desenvolveríamos a pesquisa no nosso país, o que é mais importante”, afirma o advogado. Pesquisadora do Hospital de Amor em Barretos, SP Ronaldo Gomes/EPTV Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2025/12/01/estudo-inedito-identifica-diferentes-perfis-imunologicos-de-tumores-raros-em-criancas-e-abre-portas-para-tratamentos.ghtml


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